Tente compreender mais sobre o seu corpo e a origem da dor...como funcionamos? Podemos prevenir?
Leia este artigo no novo blog da Physioclem +Saudável: https://www.physioclem.pt/pt/saudavel/tente-compreender-mais-sobre-o-seu-corpo-e-a-origem-da-dorcomo-funcionamos-podemos-prevenir
Muitas vezes questionamo-nos acerca da origem das dores que sentimos! Em
alguns casos conseguimos associar claramente a dor a algum traumatismo recente
ou antigo, a um esforço exagerado que foi realizado, ou a alguma patologia que
foi diagnosticada. Muitas outras vezes não compreendemos exatamente o porquê
do surgimento de uma determinada dor/dores ou porque começou a dar
"sinal" naquela altura. Porque surgiu uma dor nova? Porque é que se
desenvolveu uma tendinite/artrose/hérnia que agora causa sintomas? Porque é que
aquela dor que estava calma voltou a aparecer?
Será que todos os problemas são fruto
daquilo que vivemos e realizamos ao longo da vida? Terão influência da herança
genética transmitida pelos nossos progenitores?
A realidade é que o ser humano é um ser
complexo, que se encontra sob a influência de múltiplos fatores. No nosso dia
a dia somos sujeitos a inúmeras "agressões" de ordem física e de
ordem emocional. As posturas menos corretas mantidas por tempo prolongado que
sobrecarregam as estruturas músculo-esqueléticas e geram desalinhamentos, os
gestos repetidos no trabalho ou desportos que não dão tempo de repouso
suficiente às articulações/músculos, os traumatismos diretos sob o nosso corpo
que deixam sequelas, uma alimentação inadequada, má hidratação, o stress
diário, a dificuldade na gestão dos problemas pessoais que geram ansiedade...
Estas são, entre muitas outras, algumas das razões que podem contribuir para
gerar tensões musculares/desalinhamentos dos segmentos/sobrecargas que se vão
somando dia após dia no nosso organismo.
ENTÃO PORQUE NÃO TEMOS SEMPRE DOR DIÁRIAMENTE?
O nosso organismo está desenhado de tal forma,
que o nosso sistema nervoso possui espalhados pelo corpo muitos recetores que
detetam qual o estado das estruturas a cada momento. Estamos programados a
nível inconsciente para que o organismo tente funcionar para assegurar as
grandes funções que permitem a nossa sobrevivência e perpetuação da espécie:
respiração, alimentação, locomoção e reprodução. É por isso que muitas vezes,
as ditas micro- agressões diárias a que somos sujeitos, não chegam a ser
percecionadas por nós a nível consciente. As nossas defesas tentam resolver os
problemas antes de que nos chegamos a aperceber deles, tentam encontrar uma
solução para que o corpo se mantenha estável e capaz de continuar. O corpo
adapta-se e tenta encontrar posições de defesa para fugir à dor, os segmentos
corporais começam a fugir das posições ideais de funcionamento, certos
segmentos desenvolvem rigidez....Contudo, tudo tem um custo! Em virtude destas
compensações, há zonas que começam a ser sobrecarregadas, as tensões começam a
acumular-se em diferentes pontos do corpo, o dispêndio de energia para manter
as funções aumenta...Surgem então disfunções, desalinhamentos corporais,
desgastes articulares, tendinosos, discais. Tudo isto acontece sem que muitas
vezes tenhamos noção.
Apesar do corpo tentar evitar a dor, surgem os
momentos em que por não conseguir resistir mais às tensões, ou porque a
sobrecarga se tornou muito intensa, ou ainda porque as nossas defesas se
encontram mais fragilizadas, o corpo cede! Surge então a sintomatologia que
pode manifestar-se de inúmeras formas e em diferente locais. Muitas vezes é o
acumular de vários fatores, que combinados fazem surgir um determinado quadro
clínico ou despertar aquele problema que estava silenciado.
Por vezes a dor
torna-se consciente e desaparece algum tempo depois sem que tenhamos feito nada
para a tratar. Também aqui muitas vezes o nosso corpo consegue encontrar
estratégias para camuflar a dor, mas sem que a causa do problema seja tratado
na verdade.
A HEREDITARIEDADE IMPORTA?
Não podemos deixar de considerar a
componente hereditária que também tem o seu papel. Determinadas fragilidades
tecidulares ou características físicas, são transmitidas pelos nossos
antepassados, podendo contribuir para facilitar ou dificultar o surgimento de
alguns problemas. Contudo, acima de tudo, cada um de nós é um ser único, possui
a sua individualidade e reage a cada situação e cenário de forma própria.
HÁ FORMA DE INTERVIR E PREVENIR A DOR?
Como foi dito, com o decorrer do tempo as
compesanções e a acumulação de tensão, levam à modificação das forças exercidas
nas articulações / músculos / tendões. Existem então regiões do corpo que tendem a
perder mobilidade (hipomobilidades) e ser mais rígidas, existindo outros
segmentos que geram hipermobilidades compensatórias e são sobrecarregadas.
Estas perturbações levam a uma danificação progressiva das estruturas do corpo
em regiões especificas onde se instala a patologia músculo-esquelética.
Ao avaliar pormenorizadamente a postura e
movimento corporais, é possível compreender que zonas estão mais desalinhadas,
limitadas, que zonas sofrem mais tensões e onde estão a surgir as compensações.
Analisar o corpo permite então não só perceber o que pode estar na origem de uma
queixa actual, mas também os locais mais prováveis de virem a desenvolver
patologia/dor sendo possível actuar de forma preventiva!
O fisioterapeuta pode intervir realizando esta
avaliação e em conjunto com o paciente quebrar o ciclo vicioso .
O tratamento deve ser entendido numa vertente
não apenas para aliviar a dor, mas procurando perceber a sua origem, a sua
causa mais profunda e actuar na raiz do problema evitando as alterações do
alinhamento, restaurando a mobilidade normal, libertando as tensões e
promovendo uma postura mais correta.
Tratar deve ser muito mais do que aliviar uma
dor! Deve ser também decifrar o mais possível a sua causa, compreender o corpo
no seu percurso ao longo do tempo, restaurar o seu bem estar desde a
profundidade, para que se sinta melhor hoje e no futuro.
Pense nisto!
A equipa Physioclem.
gostei muito do que li, acho que são essas patologias que derivam as minhas dores na minha coluna.
ResponderEliminar