“Na Physioclem a qualidade técnica junta-se, da maneira mais bonita, à humana”
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Quando a Margarida Santos fala, o
nosso olhar prende-se ao seu sorriso e na forma delicada como diz cada uma das
palavras. Uma mulher cheia de amor para dar, mas também para receber. Há
pessoas que nos conquistam e a administrativa da Physioclem, em Leiria, é uma
delas.
A Physioclem entrou na sua vida há
cerca de um ano. A sua filha mais velha, Vanessa, namora com um dos
fisioterapeutas da casa, Hugo Lauro. Surgiu, assim, a oportunidade. “Tem sido
uma experiência fantástica, marcante… Aqui percebemos, se estivermos atentos, a
fragilidade e a vulnerabilidade das pessoas”.
Há um lado intenso humano que a
prende nos pormenores. “Falamos com muitas pessoas. Se há alguns pacientes são
mais reservados, a maioria gosta sempre de uma boa conversa”.
É o lado humano que a conquista. “Há
um senhor, seguido pela Vânia, que tem uma força interior admirável. Quando
entrou na clínica mal conseguia andar e hoje começa a dar os seus primeiros
passos. Era pessoa muito ativa, hoje faz de tudo para o voltar a ser… É uma
força da natureza que me deixa muitas vezes a pensar”, testemunha Margarida
Santos.
O lado humano é uma característica
também da Physioclem. “Todas as pessoas pessoas que trabalham nesta casa são o
exemplo disso. O espírito humanitário está sempre presente. Digo muitas vezes
que os fisioterapeutas são psicólogos. Além do tratamento, há um desabafo,
criando-se a cumplicidade que tanto se fala”.
O dia-a-dia da clínica é um “entra e
sai”. “Há muito stress, mas é também muito divertido, porque as pessoas tornam
os nossos dias especiais”. Face à procura, Margarida Santos acredita que a
Physioclem tem de crescer fisicamente. “Se não fossemos bons, não tínhamos
tanta gente. Aqui a qualidade técnica junta-se, da maneira mais bonita, à
humana”.
Além da Vanessa, de 25 anos,
Margarida tem mais uma filha, Cristiana, de 19 anos. Foi na cidade de Coimbra
que nasceu, namorou, casou e teve as filhas. Já passou por Lisboa, onde viveu
cerca de 5 anos. Há 17 que se encontra em Leiria. A profissão da sua
“cara-metade” (guarda prisional), António Castanheira, fê-la já mudar algumas
vezes de terra. São as cidades de Lisboa e de Leiria que têm um significado
especial na sua vida. “Coimbra é onde tenho a minha família e vou com
frequência, mas não é um sítio onde gostava de viver, nem todas as memórias são
boas…”.
A administrativa foi criada pela mãe,
Piedade Cavaleiro. O pai saiu cedo de casa. Aliás cedo de mais, deixando a mãe
estava grávida de si e o irmão, João Pedro, com pouco mais de dois anos. “Foram
momentos difíceis. Temos de olhar para a frente. A minha mãe é um dos maiores
exemplos da minha vida. Conseguiu criar dois filhos, num momento em que as
mulheres sozinhas eram, muitas vezes, marginalizadas e maltratadas. Passou por
muito e teve muitas depressões, que acabaram por proporcionar momentos menos
bons, mas como cresci assim, sei perfeitamente viver com isto”, conta.
Chegou a trabalhar, durante seis
anos, numa casa de fotografias. “Fiz de tudo um pouco, desde cobertura de
casamentos a impressão de imagens”. Tirou um curso de administrativa, em
Coimbra, e chegou a trabalhar na EDP, antes de entrar para a Physioclem.
A sua paixão são as crianças. É aqui
que o seu sorriso e olhar iluminam-se. Quando as filhas era pequenas, já em
Leiria, optou por tomar conta de crianças. Para contribuir nas despesas, às
suas meninas, juntaram-se outros meninos. Foram 11 as crianças que ajudou e
ensinou a crescer. “Tenho saudades de mudar fraldas e de olhar nos olhos
daqueles seres tão pequeninos e sinceros”.
Fica por concretizar o sonho de ser
Educadora de Infância. Já pensa em netinhos para colmatar esta ausência.
É no marido que encontra um dos
maiores pilares da sua vida. Talvez, a vida lhe tenha mostrado que uma família
só fica completa quando estão todos presentes. “Talvez tenha sido o pai que me
faltou e que sempre quis ter…”.
Sonha em percorrer alguns dos lugares
mais bonitos do mundo ao lado da sua “cara-metade”. “Nós merecemos passear e
continuar a ser felizes. Temos trabalhado muito”, afirma.
Margarida Santos sabe apreciar os
bons momentos da vida. Tudo que tem passado são valiosas lições. Junta-as todas
para que, todos os dias, se torne um melhor ser humano.
Luci Pais
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