Fisioterapia Respiratória em Pediatria
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Na primeira metade do século XIX, as
infeções respiratórias frequentes, guerras e epidemias (poliomielite) levaram
ao desenvolvimento de terapêuticas alternativas que aumentando a eficácia dos
tratamentos convencionais no momento. Foi nesse momento que se começou a
utilizar a drenagem postural, exercícios respiratórios, a intubação traqueal,
etc., marcando o início do que conhecemos hoje como a terapia respiratória.
As primeiras publicações sobre estas
terapias remontam a 1953, quando fizeram a comparação entre as técnicas de
respiratória para perceberam qual a mais eficaz. Atualmente, essas técnicas
convencionalmente usadas na fisioterapia respiratória como: a drenagem
postural, “palmadinhas”, vibração, etc., têm eficácia questionável.
Em Espanha, dois grandes eventos
marcaram a evolução e o caminho para a evidência da Fisioterapia Respiratória:
Em primeiro, a 1ª Conferência de
Consenso sobre a eficácia das técnicas de fisioterapia respiratória para a
desobstrução brônquica (Toilette bronchique) de 1994, na cidade de Lyon,
durante a qual as técnicas de fisioterapia respiratória convencionais foram
amplamente relativizadas e as técnicas de expiração lenta foram reconhecidas.
Em segundo lugar, as Jornadas Internacionais de Fisioterapia Respiratória
Instrumental (2000), na qual se classificaram as diferentes ajudas
instrumentais que podem ser utilizadas na fisioterapia respiratória em função
dos seus feitos fisiológicos e as evidências científicas disponíveis. Assim,
nos últimos anos, a evidência tem mostrado baixa eficácia das técnicas
convencionais, tais como: drenagem postural ou “palmadinhas”, relativamente aos
benefícios das técnicas que utilizam os volumes respiratórios para conseguir
uma excelente drenagem brônquica.
Por que é importante conhecer a
Fisioterapia respiratória em pediatria?
Atualmente, a incidência de problemas
respiratórios em crianças está a aumentar, especialmente nos países
desenvolvidos. Prematuridade, escolaridade precoce ou aumento de alergias são
algumas das causas que podem ser atribuídas a este problema.
Tudo isto aumenta as idas aos
serviços de saúde pediátricos e serviços de emergência, além de gerar estados
de ansiedade e inquietação nas famílias. Muitas vezes, leva à hospitalização e
absentismo escolar em crianças e pais, gerando consequências significativas
para os bebés, crianças e até à família. A fisioterapia respiratória é
fundamental para prevenir, tratar ou estabilizar perturbações do sistema
respiratório, o que contribui significativamente para a melhoria da qualidade
de vida das crianças e suas famílias. Portanto, o conhecimento e aplicação é
fundamental nas crianças propensas a distúrbios pulmonares. Estes problemas
respiratórios podem também estar associados a doenças neurológicas, síndromes
cromossômicas (fibrose cística, entre outros) e, acima de tudo, doenças
neuromusculares, nestes casos a parte respiratória fica alterada por falta de
força muscular para manter volumes respiratórios normais e por consequência,
dificuldade na drenagem brônquica.
Também os problemas respiratórios
mais comuns nos meses de inverno e início da infância, tais como: bronquiolite,
“ranhocas” ao nível do nariz, pneumonia, etc., podem beneficiar muito dos
tratamentos de fisioterapia respiratória, prevenindo o desenvolvimento de asma,
após infeções respiratórias de repetição.
Quais os objetivos da Fisioterapia
respiratória em pediatria?
O Fisioterapeuta cujo principal
objetivo é ensinar a criança e suas famílias a usar técnicas e a realizar
exercícios para permeabilizar a via aérea (facilitar a remoção de secreções),
controlar a dispneia (sensação subjetiva de falta de ar) e aumentar a
tolerância ao exercício.
A consciência dos benefícios da
fisioterapia respiratória é o primeiro passo para conseguir a adesão da
criança/família ao tratamento. Por isso, é muito importante explicar à criança
e à sua família as técnicas que serão executadas, para que não fiquem dúvidas.
No caso das crianças, as técnicas são
realizadas de forma passiva, uma vez que é mais difícil obter a sua
participação voluntária e, desta forma, conseguimos resultados excelentes.
Entre os principais objetivos das
técnicas utilizadas na fisioterapia respiratória podem ser destacadas:
- Melhorar a ventilação mecânica
(modo de respirar);
- Melhorar a permeabilidade das vias
aéreas (a remoção de secreções);
- Diminuir dispneia (diminuir os
sentimentos de fadiga);
- Aumentar a tolerância ao exercício
(aumentar a capacidade pulmonar e resistência a certas atividades);
- Trofismo e melhorar a força
muscular (melhorar a força dos músculos respiratórios);
- Melhorar o aspecto psico-emocional.
Em geral, podemos dizer que a terapia
respiratória pode ajudar muito a melhorar o estado geral da criança, favorecendo
noites descansadas e a alimentação e, finalmente, a sua qualidade de vida.
Como escolher o Fisioterapeuta certo?
Hoje existe uma grande necessidade de
desempenho multidisciplinar especializado em crianças com doenças
respiratórias, tanto em ambulatório como em meio hospitalar. Como parte desta
equipe, o fisioterapeuta deve ter formação e treino adequado para melhorar a
recuperação respiratória dos bebés/crianças.
É muito importante escolher um
profissional adequado, quer em formação como na forma de abordar as crianças. A
terapia deve ser realizada de uma forma lúdica, num ambiente agradável e
harmonioso, com a companhia dos pais. Sendo que os pais devem aprender algumas
técnicas para aplicar em casa corretamente. E, desta forma, os pais vão conseguir
manter os resultados atingidos na sessão e sendo isso fundamental para o bem-estar
do bebé/criança.
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