Estudo retrospectivo sobre a efectividade da Terapia Manual em utentes com Lombalgia
Resumo
Introdução: A Lombalgia é o sintoma mais comum tratado pelo
Fisioterapeuta, existindo centenas de artigos que se dedicam a esta temática.
Na sequência do estudo deste tema um grupo de trabalho da Physioclem realizou
um pequeno estudo retrospetivo com o objetivo de avaliar qual a efetividade
do tratamento de utentes com diagnóstico de Lombalgia, baseado em técnicas de
Terapia Manual e Ensino, tratados na Physioclem, através da medição dos
resultados Imediatos e a Longo prazo (um ano) do mesmo.
Metodologia: A amostra de utentes em estudo foi selecionada a partir do software de registo interno da Physioclem, constituindo-se como critérios de inclusão utentes que tenham recorrido aos serviços de fisioterapia da empresa pela primeira vez, com queixas de lombalgia, durante o primeiro trimestre do ano 2011. Após a aplicação dos critérios de inclusão foi obtida uma amostra efetiva de 13 utentes à qual foi aplicado um questionário, via telefónica. Para obtenção de dados mais pormenorizados foi realizada a caracterização das sessões quanto ao tipo de tratamento prestado; número total de sessões e intervalo de dias entre cada sessão, concluindo-se que estas incluíram as componentes de Ensino, Terapia Manual e Exercício, numa média de 3 sessões totais, com uma média de 8 dias de intervalo entre cada sessão.
Resultados: Para a medição dos resultados Imediatos e a Longo prazo o grupo elaborou uma escala com cinco classificações. Para a atribuição de cada classificação o grupo realizou um estudo individualizado de cada utente da amostra no sentido de avaliar se: 1) os tratamentos tinham Agravado a sua condição clínica; 2) os tratamentos se tinham revelado Sem Resultado; 3) os tratamentos tinham manifestado Pouco Resultado; 4) os tratamentos tinham apresentado Bom Resultado ou, por último, 5) os tratamentos tinham representado Muito Bom Resultado. Assim, como resultados Imediatos obtivemos um total de nove utentes que mencionaram Bom resultado e um total de quatro utentes que indicam Muito Bom Resultado com as correspondências percentuais de 69% e 31%, respetivamente. Relativamente aos resultados a Longo Prazo foi concluído que 62% dos utentes revelaram BONS Resultados e 85% apresentaram resultados POSITIVOS, contrastando claramente com os 15% de utentes para os quais os tratamentos não surtiram efeito e foram classificados como Sem Resultado. Conclusões: Os achados do presente trabalho corroboram todas as indicações provenientes do estudo que a equipa Physioclem tem dedicado ao tema da Lombalgia. O Ensino, a Terapia Manual e o Exercício apresentam-se como as técnicas efetivas no tratamento desta condição clínica e este benefício mantém-se, pelo menos por um ano, na maioria dos utentes, após a realização das sessões de tratamento.
Metodologia: A amostra de utentes em estudo foi selecionada a partir do software de registo interno da Physioclem, constituindo-se como critérios de inclusão utentes que tenham recorrido aos serviços de fisioterapia da empresa pela primeira vez, com queixas de lombalgia, durante o primeiro trimestre do ano 2011. Após a aplicação dos critérios de inclusão foi obtida uma amostra efetiva de 13 utentes à qual foi aplicado um questionário, via telefónica. Para obtenção de dados mais pormenorizados foi realizada a caracterização das sessões quanto ao tipo de tratamento prestado; número total de sessões e intervalo de dias entre cada sessão, concluindo-se que estas incluíram as componentes de Ensino, Terapia Manual e Exercício, numa média de 3 sessões totais, com uma média de 8 dias de intervalo entre cada sessão.
Resultados: Para a medição dos resultados Imediatos e a Longo prazo o grupo elaborou uma escala com cinco classificações. Para a atribuição de cada classificação o grupo realizou um estudo individualizado de cada utente da amostra no sentido de avaliar se: 1) os tratamentos tinham Agravado a sua condição clínica; 2) os tratamentos se tinham revelado Sem Resultado; 3) os tratamentos tinham manifestado Pouco Resultado; 4) os tratamentos tinham apresentado Bom Resultado ou, por último, 5) os tratamentos tinham representado Muito Bom Resultado. Assim, como resultados Imediatos obtivemos um total de nove utentes que mencionaram Bom resultado e um total de quatro utentes que indicam Muito Bom Resultado com as correspondências percentuais de 69% e 31%, respetivamente. Relativamente aos resultados a Longo Prazo foi concluído que 62% dos utentes revelaram BONS Resultados e 85% apresentaram resultados POSITIVOS, contrastando claramente com os 15% de utentes para os quais os tratamentos não surtiram efeito e foram classificados como Sem Resultado. Conclusões: Os achados do presente trabalho corroboram todas as indicações provenientes do estudo que a equipa Physioclem tem dedicado ao tema da Lombalgia. O Ensino, a Terapia Manual e o Exercício apresentam-se como as técnicas efetivas no tratamento desta condição clínica e este benefício mantém-se, pelo menos por um ano, na maioria dos utentes, após a realização das sessões de tratamento.
A dor lombar constitui, em Portugal e na Europa, um motivo frequente para a utilização de cuidados de saúde, em particular consultas de medicina geral e familiar, ortopedia, e cuidados de fisioterapia, tornando-se um dos maiores problemas para os sistemas de saúde pública no mundo ocidental durante a segunda metade do século vinte
Na sequência do estudo desta temática e do
desenvolvimento de alguns trabalhos acerca da efetividade das técnicas de
Fisioterapia no tratamento da dor lombar crónica um grupo de trabalho da
Physioclem realizou um pequeno estudo retrospetivo com o objetivo de avaliar
qual a efetividade do tratamento de utentes com diagnóstico de Lombalgia,
baseado em técnicas de terapia manual e ensino, através da medição dos
resultados imediatos e a longo prazo do mesmo.
A amostra de utentes em estudo foi selecionada a
partir do software de registo interno da Physioclem, constituindo-se como
critérios de inclusão utentes que tenham recorrido aos serviços de fisioterapia
da empresa pela primeira vez, com queixas de lombalgia, durante o primeiro
trimestre do ano 2011 (há um ano) e tenham sido tratados pelo Ft. Marco
Clemente.
Após a aplicação dos critérios de inclusão foi
obtida uma amostra efetiva de 13 utentes: 8 do sexo feminino, com idades
compreendidas dos 28 aos 63 anos e 5 do sexo masculino, com idades entre os 28
e os 71 anos.
Para obtenção de dados que permitissem o estudo
mais pormenorizado de cada caso foi realizada a caracterização das sessões
quanto ao tipo de tratamento prestado; número total de sessões e intervalo de
dias entre cada sessão. Quanto à abordagem das sessões concluiu-se que estas
incluíram as componentes de Ensino, Terapia Manual e Exercício, numa média de 3
sessões totais, com uma média de 8 dias de intervalo entre cada sessão.
A metodologia do estudo incluiu a realização de
um questionário à amostra de utentes, via telefónica. Este questionário era composto
por três perguntas:
Relativamente
à primeira pergunta - «Como se sentiu no pós-tratamento em relação ao
pré-tratamento» - foi obtida uma percentagem de 69% de utentes que responderam
ter-se sentido «melhor» e uma percentagem de 31% que referem ter-se sentido
«muito melhor», sendo que nenhum inquirido mencionou as opções «muito pior»;«
pior» ou «igual».
Relativamente à segunda questão - «Como decorreu
o comportamento da sua dor ao longo deste ano?” - os utentes deveriam responder
a seis alíneas que incluíam a) Intensidade da dor; b) Ocorrência de crises; c)
Recurso a consultas médicas; d) Recurso a medicação; e) Prática de Atividade
Física e f) Prática de Cuidados Posturais.
Como resposta à primeira alínea foi obtida uma
percentagem de 15% de utentes que referem ausência de dor durante o ano; 39%
referindo «dor fraca»; 31% de «dor moderada» e 15% de «dor intensa». De acordo
com a análise percentual, aproximadamente 50% dos utentes refere resultados
positivos («sem dor» e «dor fraca») enquanto outros 50% reportam resultados
menos positivos, ilustrados pelas respostas «dor moderada» e «dor intensa».
Depois de uma análise pormenorizada concluímos que os utentes que reportam «dor
moderada» e «dor intensa» são aqueles que na alínea seguinte vão também referir
a ocorrência de crises durante o ano. Assim, ao ser pedida uma classificação
quanto à intensidade da sua dor, os utentes classificam tendencialmente ‘o
momento da crise’ e não o ano decorrido, como solicitado. Desta forma são
encontradas as percentagens apresentadas, relativamente à dor moderada e
intensa.
Em relação à alínea b) 4 utentes referem a
ocorrência de crises durante o ano enquanto 9 referem não ter tido crises. No
entanto, todos aqueles que reportam a existência de crises afirmam que estas
surgem com menos frequência e menor intensidade do que antes de terem realizado
tratamento.
Quanto ao recurso a consultas médicas, 3 utentes
referem ter efetivamente recorrido enquanto 10 referem não ter tido
necessidade de o fazer. Dos 3 utentes que recorreram a consultas, 1 recorreu ao
serviço de urgências hospitalar duas vezes; 1 recorreu a uma consulta da
clínica de S. Francisco e o último refere consultas médicas frequentes.
Relativamente ao recurso a medicação, 5 utentes
mencionam a toma de anti-inflamatórios em oposição a 8 que referem não fazer
recurso a medicação. Dos 5 utentes que referem a toma de inflamatórios, 3
fazem-no em períodos SOS, 1 fá-lo regularmente e o último reporta a toma de corticoides.
No que diz respeito à Atividade Física, 5
utentes referem a sua prática enquanto 8 assumem não praticar qualquer tipo de
Atividade.
Já em relação à prática de Cuidados Posturais, 9
utentes referem ter este aspeto em atenção em oposição a 4 que mencionam não o
fazer. Dos 9 que praticam Cuidados Posturais 4 revelam ter ficado mais
sensibilizados para a importância desta questão através do ensino realizado nas
sessões de tratamento com o Ft. Marco; 3 revelam trabalhar grande parte do
tempo sentados, partilhando que algumas vezes se .lembram da postura e se
endireitam e 2 revelam confusão entre os conceitos de Cuidados Posturais e
Posturas antiálgicas.
Em relação
à terceira questão - «Como se sente atualmente?» - foram obtidas percentagens
de 38% de utentes que referem ausência de dor; 23% de «dor fraca»; 8% de «dor
moderada» e 32% de «dor intensa».
Depois de realizado o
levantamento de todos os dados e do seu tratamento estatístico o grupo
propôs-se atingir o objetivo inicialmente desenhado - avaliar qual a
efetividade do tratamento realizado na amostra de utentes em estudo, através da
medição dos resultados imediatos e a longo prazo do mesmo. Assim, o grupo
elaborou uma escala de avaliação de resultados com cinco classificações.
Escala de avaliação de resultados
Imediatos e a Longo prazo
|
1 - Agravámos
|
2 – Sem Resultado
|
3 – Pouco Resultado
|
4 – Bom Resultado
|
5 – Muito Resultado
|
Para a atribuição de uma das cinco classificações o
grupo realizou um estudo individualizado de cada utente da amostra,
considerando aspetos como a sua idade; diagnóstico; história clínica; número
de sessões de tratamento realizadas, entre outras, no sentido de avaliar se: 1)
os tratamentos tinham Agravado a sua condição clínica; 2) os tratamentos
se tinham revelado Sem Resultado; 3) os tratamentos tinham
manifestado Pouco Resultado; 4) os tratamentos tinham
apresentado Bom Resultado ou, por último, 5) os
tratamentos tinham representado Muito Bom Resultado.
Para a medição dos resultados imediatos o grupo estabeleceu uma relação
direta entre estes e a resposta dada pelos utentes à primeira pergunta do
questionário - «Como se sentiu no período pós-tratamento em relação ao
pré-tratamento?» Assim obtivemos um total de nove utentes que mencionaram Bom
resultado e um total de quatro utentes que indicam Muito Bom Resultado
com as correspondências percentuais de 69% e 31%, respetivamente.
Relativamente à medição de resultados a longo
prazo foi concluído pelo grupo que em zero utentes – 0% - os tratamentos Agravaram
a sua condição clínica; em dois utentes – 15% - os tratamentos se revelaram Sem
Resultado; em três utentes – 23% - os tratamentos manifestaram Pouco
Resultado; em quatro utentes – 31% - os tratamentos revelaram Bom
Resultado e noutros quatro utentes – 31% - os tratamentos conduziram a Muito
Bons Resultados.
Considerando que as classificações Bom
Resultado e Muito Bom Resultado se apresentam como classificações
efetivamente desejáveis, foi obtido um resultado de 8 utentes (num total de 13
que constituíam a amostra) que revelaram BONS Resultados a Longo Prazo –
62%.
Se a estes 8 utentes ainda acrescentarmos
aqueles classificados com Pouco Resultado (3 utentes) é obtido um total
de 85% de resultados POSITIVOS que contrasta claramente com os 15% de utentes
para os quais os tratamentos não surtiram efeito e foram classificados
como Sem Resultado.
Os resultados do presente trabalho corroboram
todas as indicações provenientes do estudo que a equipa Physioclem tem dedicado
ao tema da Lombalgia, sendo que o Ensino, a Terapia Manual e o Exercício se
apresentam como as técnicas efetivas no tratamento desta condição clínica. De
acordo com a análise dos nossos dados concluímos que este benefício se mantém,
pelo menos por um ano, na maioria dos utentes, após a realização das sessões de
tratamento.
Os resultados evidenciam a
pouca prática de Atividade Física por parte dos utentes (apenas 5 em 13
mencionam praticar), no entanto o Exercício apresenta-se como uma importante
medida de prevenção da Lombalgia. É importante alertar os utentes para a
necessidade de se manterem ativos. Após a realização da fisioterapia é
aconselhado que se mantenha uma Atividade Física, dando continuidade à
progressão do controlo da dor e principalmente como forma de prevenção
secundária. A indicação para Repouso é muito veiculada mas é importante que os
utentes compreendam que esta não é eficaz e que o Movimento e a Atividade são
fulcrais o mais precocemente possível.
Na nossa perspetiva, o objetivo inicialmente
estabelecido foi atingido, apesar das limitações impostas por um trabalho desta
natureza, relacionadas com o número reduzido da amostra (13 utentes). No
entanto pretendíamos essencialmente perceber em que condições se encontram os
nossos utentes, um ano depois de terem realizado tratamento connosco,
refletindo sobre o que fazemos, como fazemos e porque fazemos.
Sara Lourenço
Fisioterapeuta Physioclem
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