Conflito subacromial, o que a fisioterapia pode fazer por si?
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Podem existir muitos fatores que contribuem
para a ocorrência do conflito subacromial: alterações posturais, desequilíbrios
musculares, gestos repetidos do membro superior, má postura no trabalho, alterações morfológicas das estruturas anatómicas, entre outros.
Apesar dos cuidados preventivos que
pode ter, por vezes é necessário consultar um profissional de saúde que possa
avaliar adequadamente a situação e direcionar a melhor forma de tratamento.
A fisioterapia dispõe de vários
recursos para o ajudar. Em primeiro lugar, é necessário
proceder a uma avaliação cuidadosa do paciente de modo a compreender quais os
fatores envolvidos e escolher as melhores técnicas e estratégias de
intervenção.
A fisioterapia atua no ensino sobre
os fatores de risco, adequação das posturas no trabalho e desporto e envolve
um conjunto de técnicas que visam aliviar as queixas dolorosas, normalizando ao
máximo as tensões musculares e o funcionamento das estruturas
músculo-esqueléticas.
A abordagem de tratamento, na maioria
dos casos, passa por melhorar a postura estática e em movimento. Por exemplo, a
postura das omoplatas é muito importante para um correto funcionamento do
complexo articular do ombro. O desequilíbrio muscular que se traduz em
omoplatas mais enroladas para a frente e/ou mais subidas é uma importante causa
do conflito subacromial, já que esta posição favorece que as estruturas entre
o acrómio e a cabeça do úmero sejam comprimidas, gerando inflamação e dor. Esta
situação pode ocorrer devido a estruturas musculares retraídas que
"puxam" a omoplata para a frente, ou devido a outras estruturas musculares
que não estabilizam devidamente a omoplata na sua posição correta (os
estabilizadores da omoplata). Neste sentido, o fisioterapeuta pode aplicar
técnicas de estiramento das estruturas que favorecem esta posição, de modo a
normalizar as tensões e melhorar o alinhamento articular. Pode também aplicar
técnicas de treino dos estabilizadores da omoplata (trapézio inferior e grande
dentado) para que estes funcionem adequadamente. Veja um exemplo deste treino,
feito de forma muito específica com um programa de computador associado à
eletromiografia, que permite perceber como estão os músculos a funcionar e
treiná-los mais corretamente, em http://www.youtube.com/watch?v=XtrWr6gc3G8.
Além disso, para o ombro funcionar
bem, precisa também de um adequado funcionamento dos músculos estabilizadores
locais da gleno-umeral, a coifa dos rotadores, que impede que a cabeça umeral
suba excessivamente na direção do acrómio provocando redução do espaço
subacromial e inflamação das estruturas (supra-espinhoso e da bolsa
subacromial). Nesta situação, o fisioterapeuta direciona o paciente para a realização
dos exercícios terapêuticos mais
adequados para fortalecer a coifa dos rotadores e permitir uma centragem da
cabeça do úmero.
A fisioterapia dispõe também de
agentes adjuvantes que em alguns casos podem ser aplicados diretamente para
ajudar a controlar a inflamação e dor local, como é o caso do LASER, Ultra-som eletroterapia
ou magnetoterapia.
É muito importante lembrar que
o ombro não existe de forma isolada do corpo humano! O seu equilíbrio depende
também da sua reação com outras partes do corpo, é preciso olhar para o todo!
Por exemplo, os vários músculos e estruturas que o compõe recebem inervação
essencialmente da coluna cervical, pelo que um bom funcionamento da coluna é
fundamental para que as estruturas que compõe o ombro recebam uma boa
informação nervosa e estejam equilibradas.
Aqui o fisioterapeuta possui também
ao seu dispor diversas técnicas de terapia manual para melhorar o funcionamento
das articulações vertebrais permitindo a sua harmonia.
Em conjunto, a combinação de várias
técnicas podem fazer uma grande diferença na forma como o ombro funciona e
alterar os fatores que desencadeiam o problema.
Não deixe de procurar a ajuda de um
fisioterapeuta!
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