A fisioterapia na Doença de Alzheimer
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A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, classificada como um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras) e posteriormente motoras. Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas Atividades da Vida Diária (AVD’s). Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando por levar a completa ausência de autonomia das pessoas. Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os rostos familiares e acabam, quase sempre, acamados.
A Alzheimer Europe calcula o número de cidadãos europeus com demência em 7,3 milhões. Em Portugal, estima-se que existam cerca de 153 mil pessoas com demência, sendo 90 mil com Doença de Alzheimer.
Em termos neuropatológicos, a Doença de Alzheimer carateriza-se pela morte neuronal em determinadas partes do cérebro, com algumas causas ainda por determinar. No entanto, foram já identificados alguns fatores de risco tais como: hipertensão arterial; colesterol elevado; baixos níveis de estímulo intelectual, atividade social e exercício físico; obesidade e diabetes; graves ou repetidas lesões cerebrais e a idade.
A Doença de Alzheimer apresenta três fases de evolução: fase inicial (perda da memória recente, incapacidade de aprender e reter informações novas, problemas de linguagem, labilidade de humor, dificuldade progressiva para efetuar algumas AVD’s), fase intermédia (incapacidade de aprender e lembrar de informações novas, desorientação temporal e espacial com risco significativo de quedas ou acidentes, necessidade de assistência nas AVDs, agitação, hostilidade, falta de cooperação ou agressividade física) e fase grave ou terminal (total dependência nas AVD´s, acamamento).
Embora na sua fase inicial a doença traga apenas perdas cognitivas e de linguagem e alterações comportamentais, a fisioterapia deveria ser iniciada logo após o diagnóstico. Vários estudos revelam que a fisioterapia pode ajudar a diminuir a progressão e efeitos dos sintomas da doença.
A fisioterapia, através de exercícios específicos, pretende evitar ou diminuir complicações e deformidades, manter ou melhorar as amplitudes de movimento, melhorar o equilíbrio tentando prevenir a ocorrência de quedas, melhorar a força muscular, treinar a realização de AVD’s tentando prolongar a independência da pessoa e melhorar a sua qualidade de vida. Na fase mais avançada da doença, quando a pessoa passa a maior parte do tempo restrito ao leito, a fisioterapia é importante para minimizar as complicações da síndrome de imobilização, nomeadamente os encurtamentos musculares e a perda da força muscular, o aparecimento de úlceras de pressão (escaras), trombose, prisão de ventre e pneumonia, entre outros.
O processo de reabilitação também inclui o ensino dos prestadores de cuidados sobre a melhor forma de ajudar cada pessoa tendo em conta a fase da doença e a realização das alterações necessárias no domicílio de modo a facilitar a sua deambulação, a realização das AVD’s e também para sua segurança.
O fisioterapeuta tem um papel muito importante na manutenção e/ou na melhora do desempenho funcional, social e cognitivo do indivíduo portador da doença de Alzheimer, contribuindo diretamente na qualidade de vida destas pessoas.
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