Conflito Sub-acromial, o que é afinal?
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No post da dor do ombro falámos um
pouco sobre a anatomia e funcionamento do complexo articular do ombro e de como
é frequente o surgimento de dor nesta região.
Hoje vamos falar-vos sobre uma das condições
que mais frequentemente é origem de dor no ombro: o conflito sub-acromial.
Como foi referido, para que haja um bom
funcionamento do ombro, entre vários aspetos, é necessário que haja uma boa
estabilização articular, a qual é assegurada pelo sistema ligamentar e pelos
músculos estabilizadores locais. Existe um conjunto de 4 músculos que se chama
coifa dos rotadores, cujos tendões envolvem a articulação gleno-umeral, são
eles: músculo sub-escapular (S.), supra-espinhoso (S.E.), infra-espinhoso
(I.E.) e pequeno redondo (P.R.). Este conjunto de músculos converge em torno da
cabeça do úmero (como pode ver na imagem) oferecendo-lhe assim estabilidade,
proteção, e permitindo o seu correto posicionamento. Deste modo a coifa dos
rotadores impede que a cabeça umeral suba excessivamente na direção do acrómio.
Quando existe um comprometimento desta função
estabilizadora da coifa, pode produzir-se uma alteração da biomecânica do ombro
com consequente subida da cabeça umeral de forma excessiva durante os
movimentos do ombro. Este aspeto gera um conflito mecânico, com sofrimento
essencialmente a nível do tendão do músculo supra-espinhoso e da bolsa
sub-acromial que se encontram localizadas entre a cabeça do úmero e a
superfície antero-inferior do acrómio, produzindo inflamação e dor. Esta é pois
a causa para a maioria tendinites da coifa dos rotadores e bursistes
sub-acromiais.
Normalmente a dor é referida na região
antero-externa do braço quando o membro superior é elevado provocando,
geralmente, um arco doloroso entre os 70º e os 120º (como pode ver na imagem) e
quando se realiza rotação, podendo irradiar até o cotovelo e por vezes até á
mão. É comum também sentir fraqueza muscular, cansaço no braço e dificuldade em
dormir sobre o lado afetado.
Existem vários fatores que podem predispor
para a ocorrência deste quadro clinico, como são o caso das alterações
posturais, erros na prática desportiva, desequilíbrios musculares gerados por
problemas da coluna vertebral, gestos repetidos do membro superior que geram
sobrecarga, má postura no trabalho ao computador, alterações morfológicas das
estruturas anatómicas, entre outros.
A evolução do quadro condiciona diferentes
tipos de abordagem e prognósticos, dependendo de cada situação. O tratamento
deve ter como base compreender quais os factores desencadeantes de modo a corrigir
os mesmos e trabalhar visando o reequilíbrio muscular que permita uma centragem
da cabeça do úmero durante o movimento, eliminado deste modo o conflito.
Equipa Physioclem
Muito esclarecedor. Obrigada
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