Conflito sub-acromial? O que a fisioterapia pode fazer por si
Leia este artigo no novo blog da Physioclem +Saudável: https://www.physioclem.pt/pt/saudavel/sindrome-do-ombro-congelado-ou-capsulite-adesiva
Como foi referido no Post que
esclarece o que é o conflito sub-acromial, podem existir muitos fatores que
contribuem para a ocorrência deste quadro clínico: alterações posturais,
desequilíbrios musculares, gestos repetidos do membro superior, má postura no
trabalho ao computador, alterações morfológicas das estruturas anatómicas,
entre outros.
Apesar dos cuidados preventivos que
pode ter, por vezes é necessário consultar um profissional de saúde que possa
avaliar adequadamente a situação e direcionar a melhor forma de tratamento.
A fisioterapia dispõe de vários recursos para
o ajudar!
Em primeiro lugar é necessário
proceder a uma avaliação cuidadosa do paciente de modo a compreender quais os
factores envolvidos e escolher as melhores técnicas e estratégias de
intervenção.
A fisioterapia actua no ensino sobre
os factores de risco, adequação das posturas no trabalho e desporto e envolve
um conjunto de técnicas que visam aliviar as queixas dolorosas, normalizando ao
máximo as tensões musculares e o funcionamento das estruturas
músculo-esqueléticas.
A abordagem de tratamento na maioria
dos casos passa por melhorar a postura estática e em movimento. Por exemplo, a
postura das omoplatas é muito importante para um correcto funcionamento do
complexo articular do ombro. O desequilíbrio muscular que se traduz em
omoplatas mais enroladas para a frente e/ou mais subidas é uma importante causa
do conflito sub-acromial, já que esta posição favorece que as estruturas entre
o acrómio e a cabeça do úmero sejam comprimidas, gerando inflamação e dor. Esta
situação pode ocorrer devido a estruturas musculares retraídas que
"puxam" a omoplata para a frente, ou devido a outras estruturas
musculares que não estabilizam devidamente a omoplata na sua posição correcta
(os estabilizadores da omoplata). Neste sentido o fisioterapeuta pode aplicar
técnicas de estiramento das estruturas que favorecem esta posição, de modo a
normalizar as tensões e melhorar o alinhamento articular e pode aplicar
técnicas de treino dos estabilizadores da omoplata (trapézio inferior e grande
dentado) para que estes funcionem adequadamente. Veja um exemplo deste treino,
feito de forma muito especifica com um programa de computador associado à
electromiografia que permite perceber como estão os músculos a funcionar e
treiná-los mais correctamente http://www.youtube.com/watch?v=XtrWr6gc3G8.
(nota: na Physioclem utilizamos esta tecnologia)
Por outro lado, para o ombro
funcionar bem, precisa também de um adequado funcionamento dos músculos
estabilizadores locais da gleno-umeral, a coifa dos rotadores, que impede que a
cabeça umeral suba excessivamente na direção do acrómio provocando redução do
espaço sub-acromial e inflamação das estruturas (supra-espinhoso e da bolsa
sub-acromial). Aqui o fisioterapeuta direcciona o paciente para a realização
dos exercícios terapêuticos mais adequados para fortalecer a coifa dos
rotadores e permitir uma centragem da cabeça do úmero.
A fisioterapia dispõe também de
agentes adjuvantes que em alguns casos podem ser aplicados directamente para
ajudar a controlar a inflamação e dor local, como é o caso do LASER, Ultra-som,
electroterapia ou magnetoterapia.
Mas...É muito importante lembrar que
o ombro não existe de forma isolada do corpo humano! O seu equilíbrio depende
também da sua relação com outras partes do corpo, é preciso olhar para o todo!
Por exemplo, os vários músculos e
estruturas que o compõe recebem inervação essencialmente da coluna cervical,
pelo que um bom funcionamento da coluna é fundamental para que as estruturas
que compõe o ombro recebam uma boa informação nervosa e estejam equilibradas.
Aqui o fisioterapeuta possui também
ao seu dispor diversas técnicas de terapia manual para melhorar o funcionamento
das articulações vertebrais permitindo a sua harmonia.
Em conjunto, a combinação de varias
técnicas podem fazer uma grande diferença na forma como o ombro funciona e
alterar os factores que desencadeiam o problema.
De realçar que a fisioterapia no conflito
sub-acromial, baseada na aplicação de técnicas de terapia manual associado a
exercício terapêutico específico (no conceito supracitado) tem uma forte
evidência científica, por isso é altamente recomendável.
Não deixe de procurar a ajuda de um
fisioterapeuta!
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