“A Physioclem é uma fonte de energia positiva”
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Levantou o braço. Um dos dedos apontou aos céus. O gesto determinado contava o que lhe ia na alma. Alguém partiu. Morreu. Para essa pessoa, Telma Santos canalizava a vitória, o seu amor, numa das fases de grupos, na mais alta competição mundial: os Jogos Olímpicos (2012). A penicheira, que desde criança joga badminton, dedicou o momento à avó Maria, que faleceu um ano antes. A mulher que a também a criou. Os dias de creche foram trocados pelos mimos da mãe do pai.
No mesmo braço que ergueu aos céus,
Telma Santos tatuou o significado de um dos momentos mais importantes de sua
vida. São cinco os anéis que se entrelaçam, desenhando o símbolo dos Jogos
Olímpicos (JO). A avó Maria foi a inesquecível fonte de inspiração.
A mesma garra que antecedeu os JO de
2012, em Londres, continua presente no dia a dia da atleta de alta competição.
A um passo da qualificação para as Olimpíadas Rio 2016, a atleta ainda está a
participar em torneios internacionais pontuáveis para a qualificação. Brasil,
Jamaica e Nova Zelândia são os países que se seguem. Antes de partir,
entrega-se aos cuidados da Physioclem, clínica especialista em fisioterapia
desportiva.
Foi com 8 anos que Telma Santos
entrou no mundo do badminton. Ao contrário do que normalmente acontece, quando
acompanhou o tio a um dos treinos, no Clube Stella Maris, em Peniche, acertou
sempre no volante (conhecido, vulgarmente, por pena). “Começou por ser uma
brincadeira, mas a verdade é que acabei por me apaixonar pela modalidade”,
testemunha. Passados três meses, e com treinos de segunda a sexta-feira, já
participava em competições. “O mais incrível é que ganhava todos os torneios,
mas quando chegava os campeonatos nacionais perdia”, relembra, entre sorrisos.
Aos 14 anos alcançou a primeira vitória e desde esse dia todas as provas
nacionais individuais, à exceção de uma, são suas.
Face aos resultados, o percurso da
atleta de alta competição começa a ser cobiçado. O convite mais forte chegou do
União Desportivo de Santana, na Madeira. Passado algum tempo, muda para um dos
clubes rivais, o Grupo Desportivo do Estreito. Nesta fase, não só jogava
campeonatos nacionais de juniores, como de seniores. Já no continente,
continuou a dar títulos ao Che Lagoense. Embora representando as cores
nacionais, Telma Santos aceita o convite para integrar a Liga Dinamarquesa.
Hoje, é pela espanhola que entrega o seu profissionalismo. “Aceitei porque
estas ligas têm objetivos totalmente diferentes de Portugal. Lá jogam-se provas
de equipas e não apenas individuais”, explica Telma Santos.
O sonho que vive dedica-o ao tio,
Fernando Silva, de 43 anos, referência da modalidade em Portugal e no
estrangeiro. “É o meu ídolo, a minha
fonte de inspiração. O que tenho conquistado é graças a ele. O facto de querer
ser igual ao meu tio, faz-me seguir as suas pisadas”, salienta Telma Santos,
enquanto os olhos ganham um brilho especial. Tio e sobrinha são os exponentes
da modalidade em Portugal. Também Fernando Silva participou nos Jogos Olímpico,
foi campeão europeu de seniores (2014) e recebeu a medalha de bronze, no
Campeonato Mundial de Seniores (2015).
Não são apenas os laços de sangue e
de paixão pela modalidade que unem tio e sobrinha. Há elemento chave no meio
deste percurso, ao qual dedicam horas e horas semanais, anos e anos de vida…
Luís Carvalho, de 59 ano, é o homem que Telma Santos também idolatra. O
treinador que levou o tio Fernando Silva aos Jogos Olímpicos, em Barcelona
(1992). “Passados 20 anos levou-me a mim! É a pessoa mais exigente que tenha a
meu lado. Por vezes, é duro, mas faço-lhe ver que consigo e que o respeito. A
sua forma de ser tornou-me mais forte física e psicologicamente”.
Livre-se quem pensa que Telma Santos
foi maria rapaz. Pelo contrário, sempre gostou de brincar com bonecas e com
meninas. No entanto, sempre foi apaixonada pelo mundo do desporto e, embora,
gostasse de jogos coletivos, foi no badminton que se encontrou. Também o facto
de ter cinco tios, irmãos da mãe, a levaram a estar mais próxima da atividade
física.
Os pais não têm por hábito assistir
aos seus jogos. A mãe fica muito nervosa. Já o pai nunca foi muito ligado à
modalidade. “Por vezes, não manifesta muito agrado, mas a verdade é que quando
recebe visitas mostra as taças que ganhei e guarda todos os recortes de jornais
e revistas em que entro”, refere Telma Santos.
Neste momento, é diretora técnica num
ginásio nas Caldas da Rainha. “A minha disponibilidade para treinar é menor,
por isso faço sacrifícios noutros horários. A verdade é que tenho uma equipa e
entidade patronal fantásticas, que me dão liberdade para continuar a sonhar”,
salienta a atleta de alta competição.
Telma Santos continua a sonhar e a
voar. Neste momento, a prioridade são as Olimpíadas Rio 2016. Se conseguir lá
chegar, vai dedicar o feito ao avô Manuel, pai da mãe, que também já partiu.
Casar e ter filhos continuam a fazer
parte dos seus planos, “mas tudo acontecerá a seu tempo e sem pressas”. As
horas que dedica ao badminton roubaram-lhe tempo às amizades: “Não tenho muitos
amigos, mas os que tenho estão sempre lá”.
Após os Jogos Olímpicos, pretende
terminar a carreira de alta competição. Já o badminton continuará a nortear o
seu caminho e a forma de estar na vida. A ambição de ser treinadora e de pôr a
modalidade no top são metas de vida.
Na Physioclem, parceira oficial da Federação Portuguesa de Badminton, entrega parte do seu
bem estar, físico e psicológico. Uma lesão, há uns anos, num joelho levou-a aos
cuidados dos fisioterapeutas da casa. Sobre a equipa de trabalho garante não
ter “palavras suficientes para agradecer” tudo o que têm feito por si. “A
Physioclem é uma fonte de energia positiva. Os tratamentos são o meu único
momento para relaxar a mente”, garante a campeã nacional de badmington.
Recentemente, venceu um torneio em
Uganda. “Se ganhei foi muito graças ao Marco Clemente. As mensagens que enviava
deram-me ânimo. Consegue ver sempre um lado positivo em tudo”, testemunha Telma
Santos.
No jogo da vida, também perdemos e
ganhamos. Desistir é que nunca…
Luci Pais
Luci Pais
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