"Pelo mundo encontro vários fisioterapeutas, mas nenhum se compara aos da physioclem"
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Percorre o mundo a fazer o que mais
ama. A jogar ténis. Tão depressa está com a raquete na Austrália, como a bater
bolas no Clube de Ténis das Caldas da Rainha. Embora qualquer desporto lhe
corra nas veias, sabe que é na competição individual que se sente melhor e mais
seguro. “Pratiquei também natação e joguei futebol com amigos na escola, mas o
ténis sempre me fascinou. É um desporto individual que depende, na maioria das
vezes, de mim e isso tranquiliza-me”, explica Frederico Silva.
Voltou a pisar o grande “palco” do
Millennium Estoril Open, esta segunda-feira, dia 25 de abril. Debateu-se até ao
último segundo, ainda assim não foi suficiente para continuar a disputar o mais
apetecível pódio português. Foi contra o espanhol Nicolas Almagro que Frederico
Silva, de 21 anos, se estreou com um top100. A mensagem é simples e assertiva:
“continuar a trabalhar, para fazer melhor no próximo ano”. Singulares não
passou, mas em pares continua.
Competitivo. Dentro e fora do court.
Tranquilo. Dentro e fora do court. É esta a postura de Frederico Silva perante
a vida, independentemente da área. Não olha com espírito crítico apenas para o
que o rodeia, tem a mesma determinação para consigo. “Sou muito exigente,
talvez por isso tenha dúvidas se me dava bem num desporto coletivo. Prefiro
sê-lo apenas comigo e chatear-me sozinho”, testemunha.
Em Roger Federer, Frederico Silva
encontra a mesma postura. “Admiro-o pela forma calma que tem em campo e na
vida. Com ele percebemos que é possível controlar as emoções. Aprendi a
controlar as minhas. Consigo passar a ideia que estou tranquilo, ainda que, por
vezes, por dentro esteja cheio de nervos”.
O jogo da vida é todos os dias, até
porque o melhor dia é sempre hoje. Sonhava ser gestor. Essa foi a razão que o
levou a escolher Economia. Tinha boas notas. Cada vez que falhava, obrigava-se
a fazer mais e melhor. Se um dia, deixar, por alguma razão, o ténis, sabe que
pode ser feliz no meio de números. Até aos 16 anos, o ténis era apenas uma
oportunidade para divertir-se. A verdade é que rapidamente se tornou um assunto
sério, passando a ser algo mais do que simples atividade física.
Entrou para o ténis com apenas 6
anos. 15 anos depois continua no mesmo Clube, com o mesmo treinador. Pedro
Felner é o homem que o acompanha desde o início, mas nas suas palavras também
não esquece Filipe Rebelo. “O Pedro é muito mais do que um treinador. É um
amigo, um cúmplice. Conhece-me melhor do que ninguém. Juntos decidimos o
calendário e vamos, quase sempre, juntos para todo o lado”, salienta Frederico
Silva.
Há jogos de uma vida. O tenistas das
Caldas da Rainha sabe disso melhor do que ninguém, pela postura adulta como
conduz o seu dia-a-dia. Pela segunda vez, recebeu um wild card do Estoril Open.
Agarrou a oportunidade e lutou. Ainda não foi desta, será, certamente, numa
próxima. “É o torneio que todos os tenistas portugueses aguardam ao longo do
ano, pela possibilidade de ter na plateia familiares, amigos e população. Faz
toda a diferença”.
Lá fora isso não acontece. Algumas
vezes, as viagens são feitas sozinho. Prefere jogar na Europa a outros pontos
do mundo. Os fusos horários, o clima, a alimentação são alguns dos pontos
críticos para quem viaja com frequência: “nos primeiros dias sentimos que o
nosso corpo não está a 100%”.
É junto dos pais que encontra o porto
de abrigo que tanto precisa. Deles recebe o apoio incondicional para continuar
a jornada. Quando chega do estrangeiro, prefere ficar em casa a descansar.
Sempre que pode, gosta de pôr o pé na areia e sentar-se na esplanada junto de
amigos. Talvez, por ter crescido junto ao mar. “Prefiro ambientes tranquilos,
não sou muito de festas”.
Com menos de 18 anos, enquanto
Júnior, pisou alguns dos melhores “palcos” do ténis. Roland Garros, Wimbledon e
US Open são três dos Grand Slam por onde já passou, mostrando a sua fibra. Foi
número 6 no ranking mundial.
Já não é Júnior e as
responsabilidades agora são outras. O esquerdino é o terceiro melhor português
na hierarquia ATP e aproxima-se passo a passo do top 200, meta que definiu para
este ano. Um dos sonhos da sua vida, ao qual dedica várias horas de treino
diário, é chegar ao Top30.
O ténis em Portugal, não tem dúvidas,
precisa de mais apoios. “É um desporto muito caro e os clubes não têm
capacidade para financiar todas as despesas. É uma modalidade que merece muito
mais, se não fossem os patrocinadores, seria tudo muito mais difícil”,
constata. Acredita que está é uma das razões que leva atletas de alta
competição a mudarem-se para outros países.
De janeiro a novembro, Frederico
Silva “palmilha” o mundo, levado pelo sonho. Em dezembro prepara uma nova
temporada. Ainda que o tempo para descansar seja escasso, Frederico Silva
sente-se feliz e cheio de garra para continuar.
As lesões são constantes, obrigando a
recorrentes tratamentos. “Pelo mundo encontro vários fisioterapeutas, mas
nenhum se compara aos da physioclem. Nos torneios apenas tratam para jogar,
não para curar, porque não há tempo. Aqui é diferente, tratam-me para que não
sinta dor e faz-se prevenção. O Marco não é apenas um fisioterapeuta é um
amigo. Está sempre presente, mesmo quando não está por perto”, garante
Frederico Silva.
Todos nós temos um, ou mais, “match
point” na vida. É preciso definir objetivos e acreditar, para que o resultado
seja aquele em que acreditamos. Para tal, temos de “treinar”, desistir é que
nunca.
Luci Pais
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