"Com a Physioclem sei que posso ir descansado para qualquer prova, em qualquer ponto do mundo"
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Quando está em cima de uma bicicleta
todo o seu corpo e mente entram num ambiente de felicidade, de liberdade. É
sobre rodas que David Rosa quer conquistar o mundo. Em breve, nos Jogos
Olímpicos Rio 2016, vai “pedalar” mais um importante momento da sua vida. Um
dos atletas, além de Telma Santos (badminton) e Nuno Saraiva (judo), que a
physioclem acompanha.
O jovem ciclista de Fátima, de apenas
29 anos, foi o primeiro atleta de XCO (Cross Country Olímpico) português a
participar nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Os rankings pessoais, os
melhores portugueses e mesmo europeus, bate-os constantemente.
As suas conquistas estão sempre a
fazer história no universo do ciclismo de XCO português, europeu e mundial.
“Sou o atleta com mais títulos no escalão elite português. Os bons resultados
revelam o empenho e entusiasmo que dedico à minha carreira”, testemunha David
Rosa. O maior “furo” desta época ainda o sente com intensidade: “estava para
entrar no Top 10 mundial. Não consegui… Fui-me abaixo física e
psicologicamente, mas estou de regresso e determinado a dar o meu melhor nos
Jogos Olímpicos”.
Uma criança, uma bicicleta
Cresceu em Fátima. Os avós viviam por
perto. A bicicleta, assim que a teve, tornou-se o elo de ligação entre a sua
casa e a dos avós.
Foi entre os 3 e os 4 anos que
aprendeu a andar de bicicleta, a partir daí nunca mais as largou. “Gosto da
sensação de liberdade, da possibilidade de explorar a natureza… Por vezes,
também prega sustos, mas as aventuras que se vive, compensam tudo”, descreve.
Recorda-se de aos 7 anos sair de
casa. Em cima da bicicleta, parte em direção à casa dos avós paternos. Em casa,
a mãe estava estava em pânico, porque não sabia do seu paradeiro. “Quando
cheguei a casa, a minha mãe estava a chorar”.
Cresceu junto ao Santuário de Fátima.
Com os amigos, sem que houvesse telemóveis pelo meio, jogava também à bola, mas
sempre que podia “fugia” para os montes da região. O seu sonho era ter uma
bicicleta, mas os pais só cederam mais tarde ao seu pedido.
Já o espírito competitivo revelou-se
cedo. Aos 8 anos, pediu emprestado a bicicleta a uma prima. Ajustaram o selim e
lá foi David Rosa. Foi e apaixonou-se ainda mais. “Nesse dia, e como a bike
tinha conta quilómetros, passei horas a andar e a melhorar o tempo”. Quando
chega a casa da avó materna, cai e desmaia. Nem se tinha apercebido da
quantidade de horas e de quilómetros que tinha feito, sem, praticamente, beber
água. Valeu-lhe a mezinha de leite e mel que a avó lhe deu.
Quando deu por isso, mesmo sem
bicicleta, já andava à procura de competições de BTT. No Centro de Estudos de
Fátima, estabelecimento de ensino que frequentava, surge a opção de Desporto
Escolar. Havia atividades de exploração da natureza. No final do período,
participou em provas: “batia com alma o tempo dos mais velhos”.
O sonho de ter uma bicicleta, “longe
de ser boa para a competição”, chegava pelas mãos do avô materno. “Foi o melhor
Natal da minha vida. Nem queria acreditar…” No dia seguinte, pôs-se em cima da
bicicleta de manhã e só parou à noite.
Durante o 8º ano, a paixão pelo
veículo de duas rodas esmoreceu, mas regressou no ano seguinte. O divórcio dos
pais aproximaram-no novamente das subidas e descidas de Fátima. “Foi um momento
muito difícil, andar de bicicleta era a única coisa que me dava felicidade. O
desporto foi, sem dúvida, o meu escape”.
Nem só de ciclismo…
Praticou vários desportos: atletismo,
karaté, orientação e patinagem, mas nenhum lhe dava o prazer do ciclismo. “Eu
gostava de fazer um pouco de tudo. Vivia intensamente todas as atividades, mas
era no ciclismo que me sentia mais preenchido”.
Recorda-se, com um grande sorriso, de
uma prova de orientação que fez, em Alvados. “Não sabia minimamente o que se
estava a passar. Levava uma mochila às costas com pão e ovos mexidos e
salsichas, enquanto os outros só tinham água… Nem sabia por onde tinha de ir.
Ainda parei pelo caminho para comer e só depois segui. Quando cheguei, passadas
17 horas, estavam para acionar o sistema de alerta”.
No final do 9.º ano, depois de ter
amealhado dinheiro, comprou uma bicicleta, que já lhe permitia outras
aventuras.
Nesse verão, após terminar o 10.º
ano, começa a participar em provas. A primeira federada deu-se nesse ano, numa
Taça de Portugal, pelo Clube Académico de Leiria. “Nunca estava preparado para
as provas, o meu treino era do pior. O corpo praticamente não descansava. Era
esforço em cima de esforço. Via a volta a França e pensava que já dominava
tudo. Sentia-me mal várias vezes”, relembra.
Em 2002, o trabalho começa a ser
feito com mais consistência após a criação de uma equipa federada na sua
escola. Uma iniciativa aberta a toda a comunidade. Começou na promoção (escalão
amador), no qual não havia divisões de idade. A meio do ano federou-se e
começou a participar em todas as provas.
Bikes? Tem as todas
As bicicletas, desde a primeira,
guarda-as religiosamente. É incapaz de as vender ou dar. Marcam fases
importantes da sua vida. “Um dia será uma alegria recordar cada história que
tenho passado e vivido”.
É na alta competição de XCO que vive
o dia-a-dia, cheio energia e de vontade de conquistar mais e mais. Garante que
entrega durante os treinos o seu “mau feitio, que é bem grande”. Os montes e
vales de Fátima conhece-os de uma ponta à outra. Foram-se acrescentando
aventuras por diferentes competições que decorriam no país.
Partilha as histórias como se as
tivesse a viver novamente. Com o David percorri quilómetros de asfalto e de
terra batida, de norte a sul de Portugal. Subi à Torre da Serra da Estrela. A
maioria das vezes acompanhei a prova nos primeiros lugares. Ou, melhor, quase
sempre.
Por vezes, partia em último lugar,
mas quando dava por si já estava na frente. Algo que acontecia frequentemente,
mesmo quando havia provas em simultâneo a decorrer de outros escalões
superiores.
Com a ajuda do pai, professor de
Educação Física, continuava o seu sonho. Os pais, embora apoiando a paixão do
filho pelo desporto, queriam que David Rosa estudasse. Assim o fez. Os bons
resultados chamam a atenção da Federação Portuguesa de Ciclismo, que passa a
integrar. Aqui já era acompanhado por um treinador e os melhores resultados não
tardam a chegar. “Os treinos eram estruturados. Quando ía para a escola já
tinha duas horas de treino em cima. Havia dias que chegava a casa com as mãos e
pés roxos. O equipamento ainda não era o mais adequado”.
Estabeleceu objetivos. A ambição era
tanto que os cumpria religiosamente. “Sempre que atingia um, passava logo para
outro. Ganhar uma corrida; ir à seleção; ir ao pódio; vencer uma prova
nacional…”. Cumpri-os todos e acrescentou tantos outros.
Os estudos também prosseguem. Entra
em Educação Física, na Faculdade de Motricidade Humana. Dois caminhos que
traçou com a ambição de sempre. Chegou, pedalou e venceu. “Os dois primeiros
anos foram difíceis. Mudar de terra, deixar os mimos da mãe… Tudo acabou por
correr bem”. Quando terminou o curso ainda chegou a dar aulas, mas cedo percebeu
que as pedaladas da vida eram outras. Hoje, vive entre Lisboa e Fátima. Os
títulos vão sucedendo-se. Hoje, todas as suas energias estão centradas nos
Jogos Olímpicos, à semelhança do que já aconteceu em 2012, em Londres.
Physioclem, desde 2013
A Physioclem entrou na sua vida em
2013. “Se partirmos com dores para provas, os resultados nunca serão bons. Com
a Physioclem sei que posso ir descansado para qualquer prova, em qualquer ponto
do mundo. São uma equipa maravilha. A relação que se estabelece é de grande
confiança. Não só trabalhamos as mazelas, como se faz um excelente trabalho de
prevenção”.
Com o apoio da Physioclem e de todos
os portugueses, será mais fácil David Rosa dar o seu melhor nos Jogos
Olímpicos. Depois, segue-se o Top 10 mundial.
David Rosa sabe que para estar em
forma tem de tratar do corpo e da mente. Dois em um. O jovem atleta ensina que
sem dedicação e persistência nada se consegue. O trabalho de casa, de cada um,
é essencial para a procura do sentido da vida.
Luci Pais
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