Uma nova estratégia na luta contra o cancro

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Um em cada dois homens e uma em cada três mulheres serão diagnosticados com cancro algures durante a sua vida. A boa notícia é que, com a deteção precoce e tratamentos mais avançados, a taxa de sobrevivência de muitos cancros está a aumentar. No entanto, tanto o cancro como os seus tratamentos podem ter um efeito devastador na vida das pessoas, causando sérios problemas de saúde que comprometem seu bem-estar físico e mental.
Historicamente, o conselho para pacientes com cancro era descansar e evitar atividades. Sabe-se agora que esse conselho pode ser prejudicial e que todas as pessoas com cancro beneficiariam do exercício/atividade física.
Pesquisas clínicas verificaram que o exercício é uma intervenção segura e eficaz para neutralizar muitos dos efeitos físicos e psicológicos adversos do cancro e do seu tratamento, nomeadamente a ajudar a tolerar os tratamentos agressivos, minimizar os declínios físicos (condição aeróbia, força muscular, capacidade funcional), contrabalançar a fadiga relacionada com o cancro, aliviar o stress mental, ajuda algumas pessoas a controlar seus padrões de humor e sono e melhorar a qualidade de vida. Pacientes que realizam atividade física regular apresentam menos efeitos secundários dos tratamentos e de menor gravidade, como também têm um menor risco de recorrência de cancro e de morte por esta causa.
Pesquisas epidemiológicas que se focaram predominantemente no cancro da mama, colon e próstata sugerem que ser fisicamente ativo proporciona um efeito protetor contra a recorrência do cancro e mortalidade específica por esta causa. Outros estudos epidemiológicos de longo prazo sobre as tendências desta patologia mostraram que aqueles que praticam exercício regularmente têm menor probabilidade de desenvolver cancro da mama, cólon ou próstata do que aqueles que não fazem. As estimativas sugerem que isso pode reduzir o risco em até 60%.
Quando adequadamente prescrito e monitorizado, o exercício é seguro para pessoas com cancro e o risco de complicações é relativamente baixo. Apesar das limitações dos estudos atuais, a American Cancer Society (ACS) publicou diretrizes que recomendam que as pessoas com cancro evitem ser inativas e retornem às suas atividades diárias normais o mais rápido possível após o diagnóstico. A ACS recomenda pelo menos 150 minutos por semana de atividade física, incluindo exercícios de treino de força pelo menos duas vezes por semana, adequado e adaptado a cada caso. Estes programas individualizados envolvem exercícios específicos, realizados em intensidades e volumes precisos, com base em um mecanismo de ação e dosagem necessários para neutralizar os efeitos negativos do cancro. São adaptados às capacidades do indivíduo para minimizar o risco de complicações e maximizar os seus benefícios, devendo ser efetuados por um fisioterapeuta com experiência em tratamento oncológico.
No passado mês de maio (2018), a Sociedade Clínica de Oncologia da Austrália (Clinical Oncology Society of Australia) publicou no Medical Journal of Australia, o plano de incorporar/prescrever o exercício físico ao lado de cirurgia, quimioterapia e radioterapia, para ajudar a neutralizar os efeitos negativos do cancro e do seu tratamento.
“Se os efeitos do exercício pudessem ser encapsulados num comprimido, ele seria prescrito para todos os pacientes com cancro em todo o mundo e visto como um grande avanço no seu tratamento. Se tivéssemos um comprimido chamado exercício, seria exigido por pacientes com cancro, prescrito por todos os especialistas em oncologia e subsidiados pelo governo” (Prue Cormie).

Leia mais sobre este tema em o bit.ly/poder_exercício
E um vídeo que não o vai deixar indiferente: bit.ly/Luta_contra_cancro

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